Robin McKenzie

 

O CRIADOR DO MÉTODO McKENZIE


1990: Joy e Robin Mckenzie por ocasião da cerimônia de condecoração como Officer of the Most Excellent Order of the British Empire (O.B.E.)

Robin McKenzie nasceu em Auckland, Nova Zelândia, em 1931. Ele graduou em Fisioterapia em 1952 e se especializou no tratamento dos distúrbios da coluna vertebral. Por volta de 1956, começou a desenvolver uma nova teoria que o levou à criação de um método exclusivo de avaliação e tratamento dos distúrbios mecânicos da coluna vertebral, conhecido no mundo inteiro como Método McKenzie® de Diagnóstico e Terapia Mecânica® (em inglês,Mechanical Diagnosis and Therapy® – MDT).

A contribuição de McKenzie para a compreensão e o tratamento dos problemas da coluna é reconhecida mundialmente. Ele recebeu inúmeros prêmios da comunidade médica e científica de vários países:


2000: Companion of the New Zealand Order of Merit
1982 – Membro Honorário Vitalício da American Physical Therapy Association
1983 – Membro da International Society for the Study of the Lumbar Spine
1984 – Membro da American Back Society
1985 – Membro Honorário da New Zealand Society of Physiotherapists
1987 – Membro Honorário Vitalício da New Zealand Manipulative Therapists Association
1990 – Membro Honorário da Chartered Society of Physiotherapists do Reino Unido
1993 – Doutor Honoris Causa da Academy of Medical Sciences da Rússia
1998 – Membro Honorário Vitalício da New Zealand College of Physiotherapy.

Além disso, foi condecorado pela Rainha Elizabeth II da Inglaterra em 1990 tornando-se Officer of the Most Excellent Order of the British Empire (O.B.E.) e em 2000 como Companion of the New Zealand Order of Merit, ambas as honrarias em reconhecimento a seus serviços prestados à Fisioterapia.

Robin McKenzie é autor de vários livros e contribui regularmente para as mais diversas revistas e publicações científicas de todo o mundo. Suas publicações mais conhecidas são: Treat Your Own Back(já traduzido para o português: Trate Você Mesmo a sua Coluna), Treat Your Own Neck, The Lumbar Spine: Mechanical Diagnosis and Therapy, The Cervical and Thoracic Spine: Mechanical Diagnosis and Therapy e The Human Extremities: Mechanical Diagnosis and Therapy.

Atualmente aposentado da clínica particular, McKenzie atua como consultor internacional para organizações envolvidas na pesquisa e tratamento de distúrbios mecânicos da coluna vertebral e articulações periféricas.

ALGUMAS DAS MAIORES DESCOBERTAS DO MUNDO SÃO ACIDENTAIS

“Por volta de 1956, na minha clínica em Wellington, Nova Zelândia, eu observei por acaso um fato marcante que mudou em todo o mundo a natureza do tratamento administrado para o alívio da dor nas costas. Esse evento revelador levou ao desenvolvimento das teorias e da prática que hoje se tornaram a marca registrada do Método McKenzie® para o diagnóstico e tratamento dos problemas comuns de dor nas costas.

A observação casual surgiu de uma mudança repentina no estado de um paciente, a que chamaremos Sr. Smith. O Sr. Smith tinha dor do lado direito da sua coluna lombar, estendendo para a nádega e coxa até a altura do joelho. Ele estava fazendo um tratamento convencional considerado adequado para dor nas costas naquela época. Após três semanas de aplicação de calor e ultrasom, o seu estado não tinha melhorado. Ele tinha dificuldade de ficar em pé ereto, podia dobrar para frente mas não podia dobrar para trás. Eu pedi que ele tirasse a roupa e deitasse de bruços na mesa de tratamento, cuja cabeceira tinha sido elevada para um paciente anterior. Sem que a mesa fosse ajustada, e sem ser notado por qualquer auxiliar da clínica, ele deitou de bruços com as suas costas arqueadas e estiradas por cerca de cinco minutos. Quando eu voltei para iniciar o seu tratamento, fiquei extremamente preocupado por encontrá-lo deitado numa posição que, naquela época, era considerada a mais prejudicial possível. Perguntando sobre o seu estado, fiquei espantado ao ouvi-lo dizer que naquele momento ele estava se sentindo melhor do que vinha se sentindo nas últimas três semanas. Toda a dor tinha desaparecido da sua perna. Além disso, a dor nas costas tinha se movido do lado direito para o centro. Ele percebeu também que já podia dobrar para trás sem ter dor forte.

Quando o Sr. Smith levantou da mesa de tratamento, ele podia ficar em pé ereto e permaneceu melhor sem nenhuma reincidência da dor na perna. Eu o coloquei na mesma posição no dia seguinte e isto resultou na completa resolução dos sintomas remanescentes.

O ponto importante para lembrar sobre tudo isso é que, quando o Sr. Smith deitou nessa posição, sua dor mudou de lugar e se movimentou da perna e do lado direito da suas costas para o ponto central bem na linha da cintura. O movimento da dor da perna ou da nádega para o meio das costas é atualmente conhecido em todo mundo como o “fenômeno da centralização”.

Hoje sabemos que, quando a dor se movimenta, como aconteceu no caso do Sr. Smith, nossas chances de ajudar você com os métodos descritos neste livro são na verdade muito boas.

Graças à observação casual com o Sr. Smith, o sistema McKenzie é hoje oferecido em todo o mundo por milhares de fisioterapeutas, médicos e quiropráticos que tratam pacientes com dor na coluna.”

Extraído de Trate Você Mesmo a sua Coluna, de Robin McKenzie. Spinal Publications, NZ, 1998

Fonte:

http://www.mckenzie.org.br/

Método McKenzie

O QUE É O MÉTODO McKENZIE®

Ao contrário do que muitos pensam, o Método McKenzie® não se resume a exercícios de extensão. Na verdade, McKenzie é uma abordagem abrangente da coluna e articulações periféricas, baseada em princípios sólidos, que, quando bem compreendidos e aplicados, levam a um diagnóstico mecânico preciso, que determina o tratamento específico, adequado para cada paciente. De fato, o mais extraordinário, embora menos conhecido, é que o Método McKenzie® é antes de mais nada um sistema de avaliação.

Conheça as três etapas da abordagem McKenzie:

1. Avaliação

Exclusiva do Método McKenzie®, a avaliação mecânica é um algorítimo bem definido que leva a uma classificação simples de distúrbios relacionados com a coluna e extremidades. Ela se baseia em uma relação consistente de causa e efeito verificada, tanto a partir da história do comportamento da dor, quanto da resposta da dor ao teste de movimentos repetidos e posições mantidas. Aplicando uma progressão sistemática de forças mecânicas (causa), o fisioterapeuta utiliza a resposta da dor (efeito) para monitorar as mudanças no movimento e na função. O distúrbio subjacente pode então ser identificado rapidamente através dos achados objetivos do exame de cada paciente.

A resposta sintomática mais comum e significativa é a Centralização, fenômeno em que a dor irradiada, originária da coluna, move progressivamente em direção à linha média da coluna e é eliminada, em resposta à aplicação deliberada de estratégias de carga. Se só estiver presente dor lombar, ela move de uma área mais espalhada para uma área mais central e é então abolida.

A centralização indica que o gerador subjacente da dor é reversível, num processo normalmente rápido, independente de a dor do paciente ser aguda ou crônica ou do rótulo diagnóstico aplicado previamente. A centralização indica a chamada “direção de preferência”, ou seja, aquela em que se deve aplicar o movimento terapêutico. Esse movimento pode ser flexão, extensão, inclinação lateral ou rotação, ou uma combinação desses.

O fenômeno inverso, isto é, o movimento da dor em direção à periferia em resposta à aplicação de carga é chamado Periferilização. A direção que periferiliza a dor é contra-indicada como tratamento. Eventualmente, a Periferilização ocorre com a aplicação de carga em qualquer direção. Isso indentifica um subgrupo de pacientes cujo prognóstico é ruim e abre a porta para uma variedade diferente de testes específicos e outras opções de tratamento. Esse tipo de paciente pode ser identificado em até cinco visitas.

O Diagnóstico Mecânico de McKenzie, determinado a partir da avaliação, classifica os pacientes com apresentações mecânicas similares em subgrupos bem definidos (síndromes) para determinar o tratamento adequado. McKenzie identificou três síndromes mecânicas a que chamou: Síndrome de Desarranjo, Síndrome de Disfunção e Síndrome Postural.

  • Síndrome de Desarranjo – deformação mecânica causada por ruptura anatômica ou deslocamento dentro do segmento do movimento e resultando em dor e limitação funcional
  • Síndrome de Disfunção – deformação mecânica de tecidos moles limitados estruturalmente (cicatriz, fibrose, aderência, encurtamento adaptativo) causando dor e limitação funcional
  • Síndrome Postural – deformação mecânica de tecidos moles normais causada por stress postural prolongado e resultando em dor

Essas três síndromes mecânicas são observadas nas regiões lombar, torácica e cervical da coluna, bem como nas extremidades.

Cada síndrome é abordada de acordo com sua natureza única, com procedimentos mecânicos específicos, utilizando movimentos repetidos e posições mantidas. A Síndrome de Desarranjo, em que o fenômeno da Centralização ocorre, é a mais comum.

Fisioterapeutas bem treinados no Método McKenzie® são capazes de identificar, entre os casos mais difíceis, os pacientes que necessitam de técnicas avançadas de McKenzie e aqueles cujo diagnóstico é de natureza não-mecânica. Estes pacientes são então rapidamente encaminhados para outras opções de tratamento, evitando assim períodos desnecessários de tratamento inadequado.

Frequentemente o gerador da dor é difícil de ser identificado com as modalidades de diagnóstico por imagem. É comum encontrar pacientes sintomáticos com achados pouco elucidativos e, por outro lado, pacientes com achados de anormalidades totalmente assintomáticos. A avaliação mecânica de McKenzie pode ser mais precisa que esses exames. É o que comprovaram Donelson, Aprill, Medcalf & Grant (1997):

“o processo de avaliação McKenzie confiavelmente diferenciou dor discogênica e não-discogênica (P <0.001) bem como anel competente e não-competente (P < 0.042) em discos sintomáticos e foi superior à ressonância magnética na distinção entre discos dolorosos e não-dolorosos.” (cf. seção referências bibliográficas )

2. Tratamento

O tratamento McKenzie compreende a definição, implementação e supervisão das estratégias a serem aplicadas a cada caso específico.

Os achados da história e do exame físico permitem enquadrar o paciente em uma das síndromes mecânicas ou em um diagnóstico não-mecânico. A partir dessa classificação, é definido o princípio de tratamento, ou seja, a direção da força a ser utilizada: flexão, extensão ou lateral. Cada princípio de tratamento é aplicado seguindo uma progressão de forças geradas inicialmente pelo paciente e, se necessário, pelo terapeuta.

A abordagem McKenzie enfatiza a educação e o envolvimento ativo do paciente. O componente educacional dá ao paciente informação sobre o seu problema, de acordo com suas preocupações e necessidades; e sobre o papel que o exercício tem na restauração da função normal. No componente de terapia mecânica ativa, ensina-se ao paciente como fazer os exercícios específicos, as posições e as correções da postura estática e dinâmica que se mostraram, durante a avaliação mecânica, como tendo efeito terapêutico direto. Os pacientes também aprendem a evitar, durante o tratamento, os movimentos, posturas e atividades que claramente pioram a sua condição.

A maioria dos pacientes, quando bem orientada sobre seu problema, pode se tratar com sucesso. Para problemas mais complexos, o autotratamento pode não ser suficiente. Nesse caso, o fisioterapeuta treinado no Método McKenzie® aplica técnicas complementares de terapia manual (mobilização e manipulação) para acelerar o processo de recuperação.

3. Profilaxia

O Diagnóstico Mecânico capacita o fisioterapeuta a desenvolver uma estratégia de tratamento mecânico que visa não apenas a solução dos sintomas atuais do paciente mas também a prevenção a longo prazo da reincidência.

É responsabilidade de todo profissional da saúde fornecer informação que o paciente possa usar para melhorar sua qualidade de vida. É parte essencial do Método McKenzie® educar e estimular o paciente para que ele melhore a habilidade de se cuidar, prevenindo ou diminuindo o número de novos episódios, encurtando sua duração, diminuindo a necessidade de procurar tratamento e de se ausentar do trabalho.

“Pelo menos dez estudos publicados em revistas especializadas mostraram a alta prevalência com que a Centralização ocorre durante a avaliação McKenzie, em 70%-80% dos pacientes com lombalgia aguda e 45-50% dos pacientes com lombalgia crônica. De igual ou maior importância, 5 desses estudos acompanharam os resultados do tratamento e todos relataram que os resultados dos “centralizadores” foram superiores aos daqueles em que nenhuma direção do teste expôs essa resposta da dor, ie, os “não-centralizadores”. Além disso, foi demonstrada a alta confiabilidade na identificação da centralização durante a avaliação do paciente (kappa= 0.823).”

Donelson, R. Letter to the Editor. IN: Spine 2001; 26:1827-29 (cf. seção referências bibliográficas )

Fonte:
http://www.mckenzie.org.br/

O tratamento segundo a técnica de Mulligan

O tratamento segundo a técnica de Mulligan

Princípios de Tratamento

             Na aplicação destas técnicas de terapia manual, as contra-indicações, que fazem parte do conhecimento dos fisioterapeutas, existem e devem ser respeitadas sempre. Embora, sempre guiado pela regra básica de Mulligan de nunca causar dor, o fisioterapeuta tendo optado pelo uso do SNAGS na coluna e dos MWM´s nas extremidades, deve ainda conhecer e seguir as regras básicas de aplicação das técnicas de terapia manual.

            Os princípios básicos a seguir têm sido desenvolvidos especificamente para aplicação dos MWM´s e SNAGS na prática clínica:

– Durante a avaliação o fisioterapeuta identificaram um ou mais dos sinais comparáveisdescritos por Maitland. Estes sinais podem ser: perda do movimento articular, dor associada ao movimento, ou dor associada à atividades específicas (ex: dor na região lateral do cotovelo durante extensão resistida do cotovelo, tensão neural adversa).

– A mobilização articular acessória passiva é aplicada seguindo-se os princípios de Kaltenborn (ex: paralela ou perpendicular ao plano articular). Este deslizamento articular deve ser por si só livre de dor.

– O terapeuta deve continuamente monitorar a reação do paciente para certificar-se que nenhuma dor é produzida. Utilizando seu conhecimento de artrocinemática, seu senso de tensão tecidual e raciocínio clínico, o fisioterapeuta investiga várias combinações de deslizamentos paralelos, perpendiculares e/ou rotacionais para encontrar o deslizamento/plano correto de tratamento.

– Enquanto é mantido o deslizamento acessório, o paciente é solicitado a realizar o movimento que está restrito (sinal comparável). Agora, o movimento articular deve apresentar uma melhora significativa (ex: amplitude de movimento aumentada e diminuição significativa ou, melhor ainda, ausência da dor original).

– O movimento ou atividade previamente restringida ou dolorosa é repetida pelo paciente enquanto o fisioterapeuta mantém novamente o deslizamento acessório apropriado. Ganhos adicionais são esperados com as repetições durante uma sessão de tratamento, geralmente realizando-se três a quatro séries de dez repetições cada

– A aplicação de uma sobrepressão passiva no final da amplitude disponível geralmente promove um ganho adicional. Essa sobrepressão deve ser, como sempre, livre de dor. Falha em melhorar o movimento bloqueado indica que o terapeuta não encontrou o deslizamento/plano correto de tratamento, a velocidade de aplicação e força foram inadequadas ou a técnica não é indicada

            O auto-tratamento é sempre possível utilizando o princípio do MWM com bandagens adesivas utilizadas em práticas esportivas e/ou com o paciente fornecendo o componente de deslizamento do MWM ou do SNAG, e o próprio esforço do paciente produzindo o movimento ativo. A dor é sempre a guia. Técnicas de MWM e SNAGS bem sucedidas devem diminuir ou eliminar a restrição de movimento/ausência ou diminuição da dor nos sinais comparáveis enquanto promove melhora significativa na função. Elementos que permitam a mensuração das melhoras que o paciente apresenta são necessários para justificar o progresso da intervenção.

            Nos sistemas de terapia manual existentes, a decisão sobre a direção, grau e tipo de mobilização a ser usada é baseada na percepção do fisioterapeuta sobre a perda do deslizamento acessório ou num modelo conceitual sobre a biomecânica articular normal. No sistema de Mulligan, estes fatores são determinados pelos efeitos imediatos sobre a dor e melhora da restrição de movimento e sinais comparáveis.

Referências

MULLIGAN, B.R. Manual Therapy, 4a edição, editora Hutcheson & Bowman, 1999.

As três síndromes de McKenzie

As três síndromes de McKenzie

Síndrome Postural

           De acordo com McKenzie, os pacientes portadores da síndrome postural, em geral, têm menos de 30 anos de idade e, por definição, não apresentam barreiras restritivas. Esses pacientes desenvolvem sintomas locais e, em geral, adjacentes à coluna vertebral. A dor é provocada por deformação mecânica do tecido sadio normal, quando os segmentos vertebrais são submetidos a uma carga estática durante períodos prolongados. A dor resultante desaparece, quando a estrutura submetida à carga é liberada de qualquer tensão.

           A dor da síndrome postural não é induzida pelo movimento e nunca se irradia para um local distante. Por não existir qualquer inflamação associada, elas jamais é constante. O exame desses pacientes não consegue revelar um comprometimento, pois não existe patologia tecidual subjacente. O único achado consistente é o desencadeamento da dor com uma sobrecarga estática na amplitude final. Simplesmente a dor postural se manifesta gradativamente quando os tecidos normais são submetidos a um estiramento excessivo.
A intervenção mais útil consiste em corrigir o alinhamento defeituoso sempre que este for encontrado (i. e., na posição sentada, ereta, deitada, ao caminhar etc.). Isso pode envolver também uma avaliação ergonômica dos móveis, colchões, travesseiros etc., assim como uma análise das condições de trabalho do paciente.
A complicação em longo prazo da síndrome postural é que ela pode levar a alterações patológicas dos tecidos moles, o que resulta em comprometimento. Entretanto, é provável que isso não ocorra a partir de uma orientação apropriada acerca da postura correta, da intervenção ergonômica e da mecânica corporal apropriada.

Síndrome da Disfunção

           Um problema postural não corrigido causará alterações patológicas com o tempo. Por exemplo, um operador de computador com 35 anos de idade que passa 8 horas por dia em uma posição com a cabeça deslocada para a frente acabará desenvolvendo um encurtamento adaptativo dos músculos extensores occipitais. Da mesma forma, um motorista de caminhão com 40 anos de idade que passa 10 horas por dia em uma posição sentada e encurvada acabará descobrindo uma incapacidade de adotar uma lordose lombar normal na posição ereta, em virtude do encurtamento adaptativo dos flexores do tronco.
De acordo com o Modelo de Limitações Funcionais de Nagi, essas alterações adaptativas no tecido conjuntivo (i. e., aderências, diminuição de ácido hialurônico etc.) representam eventos fisiopatológicos que levam a uma alteração tecidual macroscópica, como mobilidade articular diminuída, fraqueza muscular e alinhamento defeituoso que está frequentemente associado a um desequilíbrio no sistema músculo-esquelético. Se o paciente não corrige seu comprometimento com intervenções apropriadas, poderá desenvolver limitações funcionais e incapacidade, que podem afetar negativamente o desempenho no trabalho, em casa etc.
Uma característica diferencial do paciente com a síndrome da disfunção inclui os sintomas dolorosos que tendem a se manifestar mais ao final da amplitude do que durante o movimento. Esse paciente queixa-se de dor intermitente semelhante àquela do paciente com síndrome postural, porém a diferença está no fato de seus tecidos moles estarem anormalmente retraídos. Os sintomas, em geral, são adjacentes à coluna vertebral e nunca se irradiam distalmente, exceto no caso de uma raiz nervosa pinçada. Pode-se dizer simplesmente que a dor da síndrome da disfunção é produzida imediatamente, quando os tecidos encurtados são alongados.
À semelhança da síndrome postural, a síndrome da disfunção também apresenta uma complicação em longo prazo. Se não for tratada com uma intervenção apropriada (i. e., manipulação terapêutica), pode causar uma patologia mais destrutiva e resultar na última das três síndromes de McKenzie, ou seja, a síndrome do desarranjo.
Entretanto, em alguns casos um evento traumático, na ausência da disfunção preexistente, é suficiente para causar desarranjo do disco intervertebral.

Síndrome do Desarranjo

As características dessa síndrome podem incluir sinais e sintomas neurológicos, dor durante o movimento, deformidade aguda (p. ex., torcicolo, cifose lombar, fenômenos de desvio lateral), além de dor intensa e incapacitante. Os pacientes com a síndrome do desarranjo (derangement) relatam frequentemente uma história de má postura e rigidez progressiva. Acredita-se que a falta de nutrição induzida pelo movimento, em combinação com as cargas aplicadas fora do centro e que agem sobre o disco intervertebral, causa o deslocamento do material discai. É mais provável que os jovens tenham um deslocamento nuclear, enquanto aqueles com mais de 50 anos de idade desenvolvam lesões anulares. Com o início da doença discal degenerativa, os pacientes podem desenvolver instabilidade segmentar, que exige o treinamento de estabilização do(s) segmento(s) hipermóvel(eis) associado à terapia manual para os segmentos rígidos e hipomóveis acima e/ou abaixo.
Os pacientes com a síndrome do desarranjo (que ocorre principalmente nas colunas cervical e lombar) descrevem com frequência que seu pescoço e/ou costas estão “fora”. É imperativo que esses pacientes sejam diagnosticados corretamente, pois do contrário serão privados da intervenção correta. O disco lesionado exige uma abordagem bastante diferente daquela da síndrome da disfunção e não responderá a menos que seja corretamente tratado. Os objetivos da intervenção são:

  1. O desarranjo deve ser devidamente reduzido.
    2. A redução deve ser estabilizada.
    3. Depois que o desarranjo se torna estável, a função perdida deve ser recuperada.
    4. Deve ser enfatizada a prevenção de recidiva
    do desarranjo.

A classificação da deficiência vertebral em uma das três síndromes de McKenzie (Quadro abaixo) constitui apenas o início do estabelecimento de uma intervenção correta. Existem outras subclassificações das síndromes tanto da disfunção quanto do desarranjo. Essas são feitas durante o processo de avaliação e são necessárias para estabelecer o diagnóstico correto. A teoria responsável pela abordagem de McKenzie pode e deve ser apresentada em toda e qualquer referência sobre terapia manual vertebral, porém somente após frequentar um curso intensivo sobre as teorias de McKenzie que o terapeuta terá uma compreensão real sobre essa abordagem ímpar baseada em problemas para os pacientes com patologias vertebrais.

Síndrome Postural  

1 – Tecidos sadios e normais;

2 – A dor é induzida por uma carga estática ao final da amplitude do movimento e não pelo movimento;

3 – A dor nunca se irradia nem é constante.

 

Síndrome da Disfunção  

1 – Os tecidos moles encurtados apresentam uma elasticidade reduzida;

2 – A dor ocorre ao final da amplitude de movimento, quando as estruturas encurtadas são colocadas sob tensão;

3 – A dor nunca é percebida durante o movimento nem é irradiada.

 

Síndrome do Desarranjo  

1 – O alinhamento inadequado do material do disco intervertebral (anel ou núcleo) causa bloqueio;

2 – Os sintomas são agravados ou minorados por movimentos específicos, podem irradiar-se distalmente e tendem a ser constantes e frequentemente intensos;

3 – O paciente pode apresentar uma deformidade vertebral aguda (p. ex.. cifose, torcicolo ou desvio lateral), que cede rapidamente com frequência através de terapia manual e exercício terapêutico.

 

Referências

MAKOFSKY, H. W. Coluna Vertebral: Terapia Manual. 1a edição, editora LAB, 2005

Manipulação de punho para o tratamento da epicondilite lateral: Um estudo piloto randomizado

Manipulação de punho para o tratamento da epicondilite lateral: Um estudo piloto randomizado

Physical Therapy 2003;83:608-616.

Peter AA Struijs, Pieter-Jan Damen, Eric WP Bakker, Leendert Blankevoort, Willem

Fundo e finalidade: A epicondilite lateral (“Tennis elbow”) é uma entidade comum. Diversas intervenções não operatórias, com sucessos variados, foram descritas. O alvo deste estudo era comparar a eficácia de 2 protocolos para o tratamento da epicondilite lateral: (1) manipulação de punho e (2) ultra-som, massagem de fricção e exercícios de alongamento e fortalecimento muscular.

Sujeitos e métodos: 31 sujeitos com história e resultados de exames consistentes com a epicondilite lateral participaram do estudo. Os sujeitos foram distribuídos aleatoriamente a um grupo que recebeu a manipulação de punho ( grupo 1) e o outro grupo que recebeu ultra-som, massagem da fricção, e exercícios de alongamento e fortalecimento muscular (grupo 2). Três sujeitos perderam o retorno, deixando 28 sujeitos para a análise. O retorno foi em 3 e 6 semanas. A medida preliminar do resultado era uma medida global da melhora, avaliado em uma escala 6 pontos. A análise foi executada usando teste t de independência, testes de Mann-Mann-Whitney U, e testes exatos de fisher.

Resultados: As diferenças foram encontradas para duas medidas do resultado: taxa de sucesso em 3 semanas e diminuição na dor em 6 semanas. Ambos os achados indicaram que a manipulação foi mais eficaz do que o outro protocolo. Após 3 semanas da intervenção, a taxa do sucesso no grupo 1 era 62%, em comparação a 20% no grupo 2. Após 6 semanas da intervenção, a melhoria na dor medida em uma escala numérica de 11 pontos era 5.2 (SD=2.4) no grupo 1, em comparação a 3.2 (SD=2.1) no grupo 2.

Discussão e conclusão: A manipulação do punho pareceu ser mais eficaz do que o ultra-som, a massagem de fricção, e os exercícios de alongamentos e fortalecimentos musculares para o tratamento da epicondilite lateral quando havia uma continuação em curto prazo. Entretanto, a replicação de nossos resultados é necessitado em uma experimentação clínica randomizada em grande escala com um grupo de controle e uma continuação a longo prazo.

Microfisioterapia

Microfisioterapia é uma técnica de terapia manual que consiste em identificar a causa primária de uma doença ou sintoma e estimular a auto-cura do organismo, para que o corpo reconheça o agressor (antígeno) e inicie o processo de eliminação.

Essa agressão primária deixou traços (cicatrizes) que atrapalham o funcionamento das células, esses traços ficaram guardados na memória do tecido, por uma deficiência do sistema imulógico que não conseguiu eliminar o agressor.

Técnica de Terapia Manual desenvolvida na França em 1983 pelos fisioterapeutas e osteopatas Daniel Grosjean e Patrice Benini
Seu embasamento teórico iniciou pelos estudos da embriologia, filogênese e ontogênese. Com essas informações desenvolveram mapas corporais específicos (similares aos meridianos de Medicina Oriental) e gestos manuais específicos e suaves que permitem identificar a causa primária de uma doença ou disfunção e promovendo o equilíbrio e manutenção da saúde. A Abordagem Manual é realizada seletivamente por camadas especificas do corpo.

Porque a microfisioterapia pode me ajudar ?

Porque é fundada sobre um princípio natural e elementar da vida: ajudar o corpo a evacuar todos os traumas passados ou presentes que guarda na memória celular e que o impedem de funcionar bem, como pequenos grãos de areia numa mecânica. Diariamente, o nosso corpo luta contra agressões de todas as naturezas e diferentes intensidades, provindo do exterior (micróbios, toxinas, choques físicos ou emocionais) ou o interior (fraqueza de um órgão, cansaço, problemas existenciais). Geralmente, o nosso organismo autocorrige-se em silêncio sem que seja percebido. Contudo, se as infrações não forem identificadas, não reconhecidas ou muito fortes, o corpo não pode reagir de forma eficaz: a agressão deixa então uma espécie “cicatriz” nos tecidos, uma memória do acontecimento. Apesar deste vestígio, causar uma impressão de cura, o acúmulo destas memórias pode fazer com que uma dor apareça, uma doença se desenvolva, e que o corpo, se enfraqueça, sendo incapaz de lutar. Então, aparecem as dores e doenças crônicas.A microfisioterapia vai ajudar na eliminação natural destas memórias que enfraquecem o nosso organismo. Quando liberado o obstáculo, o corpo vai então poder reencontrar as capacidades que perdeu, às vezes mesmo após anos.

Quantas sessões são necessárias para se obter um bom resultado?

Para um sintoma dado, 3 sessões são o máximo. Normalmente, uma sessão é suficiente para se obter um bom resultado. A segunda sessão pode ser realizada dependendo de como se desenvolveu a primeira, se o terapeuta achar necessário ou se o paciente ainda apresentar queixas. As sessões deverão ser espaçadas de 3 semanas à 1 mês, para que o corpo tenha tempo de fazer seu trabalho. Se o problema for agudo, é provavelmente indicado duas sessões seguidas. Além disso, se 3 sessões não for o suficiente para reencontrar o vestígio deixado no organismo pelo acontecimento responsável pelos sintomas, é porque essa lesão está em outros campos de investigação e é por isso que a técnica está em contínua evolução. Por outro lado, é conveniente efetuar uma sessão por ano, a título preventivo, o paciente pode escolher realizar sessões a cada 6 meses para controle ou sempre que tiver sintomas agudos.

Como o fisioterapeuta percebe essas memórias na pele ?

A sensação que o fisioterapeuta procura no corpo do paciente é a perda de ritmo vital. Qualquer atividade corporal tem seu ritmo vital dentro do organismo e também à superfície da pele. Estes ritmos vitais são percebidos pelas mãos como “micromovimentos”. O fisioterapeuta vai palpar diferentes zonas do corpo a fim de verificar se os ritmos são normais, essa palpação se faz em um movimento de aproximação das mãos. Se os ritmos estiverem ausentes, isso significa que existe uma “cicatriz”, fonte de uma disfunção na região ou a distância. É essa sensação que vai guiar o terapeuta a seguir o caminho que a agressão percorreu no corpo e consequentemente ativar sua auto cura.

Como é realizada a sessão ?

Uma sessão de microfisioterapia dura cerca de 30 a 45 minutos. Após ter exposto as razões da consulta, o paciente, ainda vestido, se deita sobre uma maca. O fisioterapeuta vai primeiro localizar e identificar as cicatrizes que obstruem o corpo controlando os ritmos vitais. Ao detectar uma perturbação, ele vai usar palpações sutis para re-informar o organismo da presença desta cicatriz. Assim o corpo vai reencontrar a memória do choque, concentrar-se nela para eliminá-la definitivamente. O paciente permanece deitado durante a sessão e vai receber as informações dos bloqueios encontrados. Já nesse momento o corpo pode iniciar o processo de reconhecimento e eliminação do agressor, muitas vezes o paciente pode sentir cansaço e sonolência são percebidos antes que a sessão acabe.

Existem reações após a sessão ?

O trabalho que o corpo inicia vai provocar um ligeiro cansaço durante 1 ou 2 dias. É, assim, indicado que o paciente descanse após a sessão (não fazer esforço físico desnecessário, não dirigir por um longo período de tempo…). Para que este cansaço seja mínimo, é aconselhado ingerir de 1,5 a 2 litros de água por dia nos próximos dias que seguem a sessão, para facilitar o trabalho de eliminação. É comum também os sintomas físicos como diarréia, vômito, aumento da dor, febre, crise emocional ou sentimento de raiva por um ou dois dias. Isso acontece como sinal de liberação das memórias agressoras, o paciente deve então descansar e deixar o sistem imunógico trabalhar, com o mínimo de interferência medicamentosa possível, nã esquecendo de beber muita água.

Porque não tratar somente a zona dolorosa ?

Porque a memória traumática que causa a dor não está necessariamente no mesmo local. O corpo é uma máquina complexa com reações em cadeia que podem fazer-se em longas distãncias. É por isso que o tratamento não é localizado unicamente sobre uma região, mas sobre o conjunto do organismo, o fisioterapeuta considera o corpo na sua globalidade. Assim, dores lombares podem ter como origem as glândulas paratireóides situadas na base do pescoço: estas enviam uma mensagem química errada que provoca espasmos dos músculos da coluna a nível lombar. Por um diagnóstico micropalpatório compêndio, o fisioterapeuta poderá localizar e identificar a memória traumática que causa hoje a dor. Ajudando o corpo a eliminar esta cicatriz, vai causar não somente o alívio da dor, mas também vai ajudar o corpo a eliminar os riscos de recidivas, ou que essa memória desloque-se ou que ela cause uma degeneração.

É uma técnica científica ?

Hoje, considera-se ciência o que foi avaliado. O microfisioterapia foi objeto de mais de trinta tipos de avaliações, algumas em meio hospitalar e de acordo com protocolos rigorosos (duplo cego) mostraram o efeito benéfico da técnica de 74% de pacientes que sofriam de colopatia crônica. Investigações em laboratórios foram efetuadas da mesma forma referentes aos ritmos vitais do organismo vivo. Na Europa foram realizados 42 trabalhos científicos, no Brasil as pesquisas estão sendo realizadas, pacientes estão sendo examinados através das respostas do sistema nervoso autônomo e da variabilidade cardíaca antes e depois da sessão para que os resultados sejam examinados. Na Europa são 5.000 profissionais, lá o governo ja reconhece a microfisioterapia e paga por esse tipo de sessão, vendo-se tamanho beneficio, na qualidade de vida, diminuição de medicamentos e bem-estar das pessoas.

Qualquer um pode praticar ?

Não. O Curso de Formação em Microfisioterapia no Brasil é ofertado única e exclusivamente a profissionais de Fisioterapia.

Quais problemas a microfisioterapia pode aliviar ?

Muitas doenças e dores se devem a pequenas disfunções que se acumulam durante a nossa existência e terminam por enfraquecer o organismo. Essas disfunções podem ter com causa uma frustração, perdas, sentimentos de abandono, traumas que ocorreram na gestação, intoxicações e até mesmo as memórias hereditárias. A microfisioterapia ajuda o corpo a eliminar estas “cicatrizes” e pode ajudar a melhorar muitos estados de saúde. Ajuda o organismo a fazer sua reconstituição, evacuando os vestígios tanto emocionais como traumáticos. Muitos dos problemas de saúde podem encontrar uma possibilidade de melhora com a microfisioterapia.

Como é a sessão ?

A sessão dura em média de 30 a 45 minutos. Após relatar os motivos de sua consulta, o paciente se deita sobre maca, geralmente ainda vestido. Os ritmos vitais são mais fáceis de se perceber sobre roupas leves.A primeira parte do trabalho é uma investigação micropalpatória que nos permite reencontrar a causa responsável pelo sintoma relatado, essas são chamadas cicatrizes patológicas. A segunda parte consiste em procurar o sintoma que a cicatriz causou. Nesta ordem, o terapeuta mantém sua mão na causa (cicatriz) e investiga com a outra mão a conseqüência (o sintoma) percorrendo a linha média do corpo à procura o nível afetado. Uma vez que o nível é definido, a procura é feita na linha transversal deste nível, o tecido atingido permite reencontrar o sintoma e a sua localização no corpo que se manifesta por uma restrição entre o tecido atingido no nível e o órgão afetado.Neste momento, é possível dar aproximadamente a data em que o acontecimento instalou-se solicitando pela palpação uma resposta do órgão a uma data definida pelo terapeuta. O organismo do doente reage a esta data e a restrição é percebida pelas mãos do terapeuta. Embora não se possa compreender totalmente este fenômeno, a fixação de datas traumáticas são informações interessantes, pois elas permitem o paciente saber a origem da desordem. A compreensão da causa da dor presente, serve também como uma prevenção.Uma vez identificada e localizada, a cicatriz é estimulada a desencadear os processos de auto cura, de maneira quase instantânea. É um diálogo direto com a memória tecidual da pessoa, efetuada por via palpatória, sem outro apoio. O mecanismo de auto correção é obtido desta maneira, igualmente tanto nos adultos como nos bebês ou animais.

Quantas sessões são necessárias?

Uma segunda sessão pode ser realizada dentro de algumas semanas, se a primeira não for suficiente, ou se num prazo curto de tempo o sintoma se tornar agudo. Três sessões para um mesmo sintoma é o máximo, o terapeuta deve ser honesto na orientação do paciente de que se ele não chegou a reencontrar a etiologia responsável, quer dizer que a patologia chegou em uma fase de não recuperação ou que não temos condições de chegar nesse nível. Duas ou três sessões anuais podem ser realizadas para manter um bom estado de saúde. Por último, certas patologias evolutivas podem se benefeciar de sessões regulares.

Fonte: 

http://www.microfisioterapia.org/

Osteopatia

Osteopatia

 

medici1

 

Osteopatia é um tratamento surgido nos EUA, cujo criador foi o Dr. Andrew Taylor Still 1828-1917, que apresentou os princípios desta terapia natural.

É um sistema de avaliação e tratamento, com metodologia e filosofia própria, que visa restabelecer a função das estruturas e sistemas corporais, agindo através da intervenção manual sobre os tecidos (articulações, músculos, fáscias, ligamentos, cápsulas, vísceras, tecido nervoso, vascular e linfático).

A Osteopatia deve ser desmistificada, pois está baseada na anatomia, na fisiologia e semiologia, não deve ser considerada esotérica e sim cartesiana, não há receitas, mas sim um tratamento que se baseia em exame clínico. O exame osteopático deve levar a um ato terapêutico.

A validade da Osteopatia é tão concreta que é recomendada e incentivada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como prática de saúde.

Dentro da filosofia osteopática a importância dada aos processos naturais do corpo é enorme e, por esse motivo, grande parte dos conceitos osteopáticos e mesmo seus procedimentos de tratamento são pautados nos mecanismos reguladores do sistema nervoso central e autônomo, ou seja, na intervenção terapêutica do fisioterapeuta e osteopata.

Apesar da Osteopatia enxergar o corpo como um todo e acreditar que é justamente esta visão que a caracteriza além de ser fundamental na recuperação dos pacientes, podemos dividi-la em 3 grupos:

Osteopatia Estrutural

Osteopatia Craniana

Osteopatia Visceral

Osteopatia Estrututral

Está voltada para o bom funcionamento sistêmico do corpo, ou seja, lida com as relações entre as vísceras, sistema nervoso central e o sistema estrutural. Tem como principal foco de tratamento as alterações viscerais e sistêmicas. As técnicas podem ser realizadas diretamente sobre as vísceras, fáscias que as sustentam e/ou reflexamente através da estimulação e normalização dos centros simpáticos e parassimpáticos. Na visão osteopática essas alterações viscerais podem ter origem simpática, parassimpática, hormonal, restrição tecidua e diminuição do líquido seroso presente na cavidade abdominal. Os principais efeitos da manipulação visceral são: eliminação do espasmo reflexo da musculatura lisa do trato visceral; estiramento das fáscias com o fim de liberar as aderências e dar elasticidade e liberdade de movimento; aumento da vascularização local, suprimindo o angioespasmo; supressão do arco reflexo nociceptivo, neurovegetativo ocal que agrava ou mantém a facilitação medular.

Os principais sintomas com indicação de tratamento por osteopatia são: hérnia de hiato; ptoses viscerais; asma brônquica; pneumonia; constipação intestinal; distúrbios hepatobiliares; alterações cardíacas; distúrbios renais; alterações do ciclo menstrual; síndrome pré-menstrual; alterações hormonais; queda da imunidade; patologias sistêmicas de origem visceral.

Osteopatia Craniana

Se relaciona principalmente com o sistema neurovegetativo, nervos cranianos e o livre trânsito de informações neurológicas por toda a extensão da coluna vertebral (o que chamamos de eixo central), até o sistema nervoso central (cérebro, tronco cerebral e cerebelo). Todos os sistemas reguladores do corpo dependem desta integridade de informações.

Os principais focos a serem tratados são: o sacro (pela relação com a duramáter – mecanismo crânio-sacro), as fáscias presentes na base do crânio, a saída dos pares cranianos pelos forames cranianos e as aderências medulares.

Basicamente são utilizadas as técnicas funcionais que, apesar de suaves, produzem efeitos importantes como demonstra a pesquisa realizada pelo médico e osteopata russo Dr. Yuri Moskalenko que conseguiu quantificar por meio de barorrecepetores intracranianos em pacientes com trauma crânio-encefálico, a diminuição da pressão intracraniana após os procedimentos osteopáticos.

Tem como principais indicações os seguintes sintomas: cefaléias e enxaquecas; distúrbios visuais e auditivos; disfunções da articulação têmporo-mandibular; distúrbios de deglutição; alterações digestivas (pela inervação do nervo vago); alterações vestibulares; alergias; rinites e sinusites; otites; dores crônicas.

Osteopatia Visceral

Está voltada para o bom funcionamento sistêmico do corpo, ou seja, lida com as relações entre as vísceras, sistema nervoso central e o sistema estrutural. Tem como principal foco de tratamento as alterações viscerais e sistêmicas. As técnicas podem ser realizadas diretamente sobre as vísceras, fáscias que as sustentam e/ou reflexamente através da estimulação e normalização dos centros simpáticos e parassimpáticos. Na visão osteopática essas alterações viscerais podem ter origem simpática, parassimpática, hormonal, restrição tecidua e diminuição do líquido seroso presente na cavidade abdominal. Os principais efeitos da manipulação visceral são: eliminação do espasmo reflexo da musculatura lisa do trato visceral; estiramento das fáscias com o fim de liberar as aderências e dar elasticidade e liberdade de movimento; aumento da vascularização local, suprimindo o angioespasmo; supressão do arco reflexo nociceptivo, neurovegetativo ocal que agrava ou mantém a facilitação medular.

Os principais sintomas com indicação de tratamento por osteopatia são: hérnia de hiato; ptoses viscerais; asma brônquica; pneumonia; constipação intestinal; distúrbios hepatobiliares; alterações cardíacas; distúrbios renais; alterações do ciclo menstrual; síndrome pré-menstrual; alterações hormonais; queda da imunidade; patologias sistêmicas de origem visceral.

 
Andrew Taylor Still

Andrew Taylor Still (1828-1917) propôs pela primeira vez sua filosofia e prática da osteopatia em 1874. Seu desencanto com a prática médica corrente o levou à formulação de uma nova filosofia médica, que ele denominou de medicina osteopática. Ao que tudo indica, ele foi um grande sintetizador do pensamento médico e erigiu sua nova filosofia com base em verdades médicas antigas e em sucessos médicos da época, tornando-se ao mesmo tempo a voz mais ativa na denúncia do que ele via como prática médica medíocre, principalmente em relação ao emprego indevido de medicações então em uso.

A marcante posição de Still contra a terapia por drogas praticada na época não foi bem recebida por seus colegas médicos e, certamente, não conta com o apoio de médicos osteopáticos contemporâneos. Contudo, ele não era o único a expressar preocupação em relação ao abuso da terapia com base em drogas. Em 1861, Oliver Wendell Holmes declarou: ” Lançar nos oceanos tudo que compõe a MATÉRIA MÉDICA seria um grande benefício para a humanidade e um grande malefício para os peixes.” Sir William Osler, contemporâneo de Still, afirmou: ”  Uma das primeiras obrigações  do  médico   é  ensinar  as  massas  a   não tomar remédios.  O homem possui uma ânsia inata por medicamentos. Dosagens maciças ao longo de várias gerações imprimiu em seus tecidos a sede pelas drogas . O desejo de tomar medicamentos  é  uma  característica que distingue o homem, o animal, das outras criaturas.”

        A nova filosofia da medicina de Still consiste, essencialmente:

1. Da unidade do corpo.

2. Do poder curativo da natureza. Sustentava ele que o corpo continha em si tudo que era necessário para a manutenção da saúde e da recuperação da doença. O papel do médico erarealçar essa capacidade.

3. Do componente somático da doença. Acreditava ele que o sistema músculo-esquelético eraparte integrante do corpo total e alterações sofridas por esse sistema afetavam a saúde geral do corpo e sua habilidade de recuperar-se de traumatismos e doenças.

4. Do inter-relacionamento estrutura-função. O inter-relacionamento estrutura-função haviasido defendido por Virchow no início do século XIX, e Still aplicou tal princípio a seu conceito de integração total do corpo. Estava convicto de que a estrutura regia a função e que a função influenciava a estrutura.

5. Do uso da terapia manipulativa, que se tornou parte integrante da filosofia de Still, porque eleacreditava que o restabelecimento da capacidade funcional máxima do corpo elevaria o nível de bem-estar e ajudaria na recuperação de traumatismos e doenças.

             Não se sabe ao certo quando e como o Dr. Still incluiu a manipulação em sua filosofia de osteopatia. Foi apenas em 1879, cerca de 5 anos após anunciar o desenvolvimento da osteopatia, que ele se tornou co­nhecido como o “bonesetter iluminado”. Não há registros de que ele tenha conhecido qualquer membro da família Sweet, já que ela migrou para o oeste. Still jamais escreveu livros sobre técnicas manipulativas. Seus textos eram extensos, mas enfocavam a filosofa, princípios e prática da osteopatia.

            A tentativa empreendida por Still de despertar interesse em seus colegas médicos a respeito desses conceitos foi mal recebida, sobretudo quando ele os levou à Baker University, no Kansas.

                À medida que foi obtendo maior sucesso clínico e que foi se tornando conhecido em âmbito nacional e internacional, muita gente passou a procurá-lo para estudar com ele e aprender a nova ciência da osteo patia. Esse reconhecimento levou à fundação, em 1892, da primeira escola de medicina osteopática Kirksville, Missour.

                 Em 1995 havia 17 escolas de medicina osteopática nos Estados Unidos, graduando maisde 2 mil alunos  por  ano. A osteopatia em outras partes do mundo, principalmente no   Reino Unido    e nos países da comunidade britânica, como Austrália e Nova Zelândia, é uma escola prática, limitada a diagnósticos estruturais e terapia manipulativa, embora adote com firmeza osconceitos e princípios fundamentais de Still. A medicina osteopática nos Estados Unidos foi , desde o início, e continua sendo, uma escola de medicina e cirurgia total, embora conserve a base dos princípios e conceitos osteopáticos e persista no uso do diagnóstico  estrutural e da terapia manipulativa para o tratamento total do paciente.

Referências

GREENMAN, Philip E. Princípios da Medicina Manual. 2 ed. São Paulo: Editora Manole, 2001

Início

Neurodinâmica Clínica

Neurodinâmica Clínica

           Os distúrbios neurogênicos são comuns sua incidência é provavelmente subestimada (Benett 1997). Com o desenvolvimento recente do seu tratamento, é reconfortante que eles possam agora ser tratados com métodos físicos não-invasivos. A noção de mecânica neural adversa esteve presente por muitos anos e provavelmente é maior que a conhecida. Documentadamente ou não, a primeira descrição conhecida de um teste neurodinâmico foi a do papiro de Edwin Smith escrita por Imhotep em 2800 a.C., no qual uma manobra de estiramento da perna foi realizada no diagnóstico de dor na coluna lombar em trabalhadores que participaram da construção das pirâmides do Egito (Beasley 1982; Dick 1984). Contudo, daquela época até hoje muitas mudancas aconteceram, e é fascinante observar que, além dos testes neurodinâmicos no quadrante inferior, os três principais testes para os nervosdos membros superiores (mediano, radial e ulnar) foram documentados e ilustrados minuciosamente nos anos 1920 e 1950 (Bragard 1929; Von Lanz & Wachsmuth 1959). Suas posturas de alívio da tensão correspondente foram também ilustradas junto com estes testes neurodinâmicos.

            No contexto da terapia, a mobilização neural tem experimentado um grande desenvolvimento, particularmente nos últimos 35 anos,desde que Gregory Grieve, Dr. Alf Breig, Geoffrey  Maitland, Robert Elvey e David Butler publicaram seus trabalhos. Tal conhecimento da função mecânica do sistema nervoso foi desenvolvido ao ponto de o conhecimento em neurodinâmica tornar-se uma necessidade para terapeutas que lidam com a dor e com o sistema músculo-esquelético. Um autor cujo trabalho passou relativamente sem divulgação foi Grieve (1970) e a razão de este artigo ser importante é que Grieve comentou, pela primeira vez na literatura em fisioterapia, a noção de sensibilização dos tecidos neurais como um fator-chave na produção dos sintomas. Ele mencionou a possibilidade de os tecidos neurais inflamados poderem ser mais prováveis de produzir testes neurodinâmicos anormais em oposição àqueles nos quais a pressão foi exercida por patologias como hérnia de disco. Ele citou ainda a possibilidade de o processamento do sistema nervoso poder ser um método pelo qual os testes neurodinâmicos possam mudar com a terapia manual da coluna. Esses aspectos têm sido reformulados e podem juntos ser pontos-chave do pensamento atual na neurodinâmica clínica.

              Publicacões sobre problemas neurais são geralmente complexas, fazendo com que seja difícil para o clínico aplicar a terapia neurodinâmica de forma segura e eficaz.

              A neuroanatomia funcional tem sido apresentada em numerosos artigos e guias de revisão em jornais e é bem resumida em outras monografias (Breig 1960,1978; Sunderland 1978,1991; Butler 1991), portanto este aspecto não é apresentado, entretanto são abordados alguns dos pontos-chave relevantes para a neurodinâmica. Novos aspectos têm sido apresentados como um método prático e sistemático de trabalhar nos problemas neurodinâmicos, com o objetivo final que o terapeuta compreenda e possa praticar este assunto excitante de maneira mais eficaz. Um dos aspectos-chave é o trata­mento dos problemas neurodinâmicos associados ao sistema músculo-esquelético. Afinal, muitos problemas neurais têm suas causas no sistema músculo-esquelético e, infelizmente, no passado a ênfase dada foi sobre a mobilização apenas do sistema nervoso, à custa do tratamento integrado do sistema músculo-esquelético. As mobilizações neurais, particularmente os estiramentos, têm sido, às vezes, o esteio do tratamento, ao passo que deveriam ser aplicadas de uma forma dirigida a como o corpo realmente se move, isto é, em um modelo integrado que inclui a dinâmica relativa entre o sistema neural e o músculo-esquelético.

             Por muito tempo, os termos ‘tensão neural’, ‘estiramento neural’ e ‘provocação neural’ foram dominantes e, ainda que este cenário esteja melhorando, muitas mudanças ainda são necessárias. Um dos princípios-chave na mobilização neural, é que a mecânica e a fisiologia devem estar instrínsecas na mente do clínico para que decisões efetivas e seguras possam ser tomadas.

           A neurodinâmica clínica é para os clínicos que lidam com distúrbios músculo-esqueléticos apresentando mecanismos de dor neurogênica periférica, incluindo aqueles das raízes nervosas e dos nervos periféricos. Entretanto, o clínico deverá estabelecer natural e responsavelmente que a técnica é adequada para tratar de pacientes com alteração da mobilidade neural antes de fazê-lo.

Referências

BeasleyA 1982 The origin of orthopaedics. Journal of the Royal Society of Medicine 75:648-655, cited by Dyck P 1984 The lumbar nerve root: enigmatic eponyms. Spine 9(1): 3-5

Bennett G 1997 Neuropathic pain: an overview. In: Borsook D (ed), Molecular Neurobiology of Pain, Progress in Pain Research and Management, vol 9. IASP Press, Seattle: 109-113

Bragard K 1929 Die Nervendehnung als diagnostisches Prinzip ergipt eine Reihe neuer Nervenphanomene.Munchener Medizinische Wochenschrift 48(29): 1999-2000

Breig A 1960 Biomechanics of the Central Nervous  System. Almqvist and Wiksell, Stockholm

Breig A 1978 Adverse Mechanical Tension in the Central Nervous System. Almqvist and Wiksell, Stockholm

Butler D 1991 Mobilisation of the Nervous System. Churchill Livingstone, Melbourne

Dyck P 1984 Lumbar nerve root: the enigmatic eponyms. Spine 9(1): 3-5

Elvey 1979 Brachial plexus tension tests and the patholoanatomical origin of arm pain. In: Idczak R (ed) Aspects of Manipulative Therapy. Lincoln Institue of Health Sciences, Melbourne: 105-110

Grieve G 1970 Sciatica and the straight-leg raising test in manipulative treatment. Physiotherapy 56: 337-346

Shacklock M 1995a Neurodynamics. Physiotherapy 81: 9-16

Shacklock M 1995b Clinical application of neurodynamics. In: Shacklock M (ed) Moving in onPain, Butterworth-Heinemann, Sydney: 123-131

Sunderland S 1978 Nerves and Nerve Injuries. Churchill Livingstone, Edinburgh

Sunderland S 1991 Nerves Injuries and Their Repair: A Critical Appraisal. Churchill Livingstone, Edinburgh

Von Lanz T, Wachsmuth W 1959 Praktische Anatomie.

Ein lehr und Hilfsbuch der Anatomischen

Grundlagen Artzlichen Handelns. Springer-Verlag,

Berlin

Immediate Effects on Neck Pain and Active Range of Motion After a Single Cervical High-Velocity Low-Amplitude Manipulation in Subjects Presenting with Mechanical Neck Pain: A Randomized Controlled Trial

Immediate Effects on Neck Pain and Active Range of Motion After a Single Cervical High-Velocity Low-Amplitude Manipulation in Subjects Presenting with Mechanical Neck Pain: A Randomized Controlled Trial

Raquel Martínez-Segura PT, DO, César Fernández-de-las-Peñas PT, Mariana Ruiz-Sáez PT, CO, Cristina López-Jiménez PT, DO and Cleofás Rodríguez-Blanco PT, DO

Escuela de Osteopatía de Madrid, Madrid, Spain
Escuela de Osteopatía de Madrid, Madrid, Spain; and Department of Physical Therapy, Occupational Therapy, Physical Medicine and Rehabilitation, Universidad Rey Juan Carlos, Alcorcón, Spain
Escula de Osteopatía de Madrid, Madrid, Spain; and Escula de Osteopatía de Madrid, Madrid, Spain
Escula de Osteopatía de Madrid, Madrid, Spain
Department of Physical Therapy, Universidad de Sevilla, Sevilla, Spain
Received 1 December 2005;  revised 5 January 2006;  accepted 20 April 2006.  Available online 1 September 2006.

 

Abstract

Purpose: The objective of this study is to analyze the immediate effects on neck pain and active cervical range of motion after a single cervical high-velocity low-amplitude (HVLA) manipulation or a control mobilization procedure in mechanical neck pain subjects. In addition, we assessed the possible correlation between neck pain and neck mobility.

Methods: Seventy patients with mechanical neck pain (25 males and 45 females, aged 20-55 years) participated in this study. The lateral gliding test was used to establish the presence of an intervertebral joint dysfunction at the C3 through C4 or C4 through C5 levels. Subjects were divided randomly into either an experimental group, which received an HVLA thrust, or a control group, which received a manual mobilization procedure. The outcome measures were active cervical range of motion and neck pain at rest assessed pretreatment and 5 minutes posttreatment by an assessor blinded to the treatment allocation of the patient. Intragroup and intergroup comparisons were made with parametric tests. Within-group effect sizes were calculated using Cohen’s d coefficient.

Results: Within-group changes showed a significant improvement in neck pain at rest and mobility after application of the manipulation (P < .001). The control group also showed a significant improvement in neck pain at rest (P < .01), flexion (P < .01), extension (P < .05), and both lateral flexions (P < .01), but not in rotation. Pre-post effect sizes were large for all the outcomes in the experimental group (d > 1), but were small to medium in the control mobilization group (0.2 < d < 0.6). The intergroup comparison showed that the experimental group obtained a greater improvement than the control group in all the outcome measures (P< .001). Decreased neck pain and increased range of motion were negatively associated for all cervical motions: the greater the increase in neck mobility, the less the pain at rest.

Conclusions: Our results suggest that a single cervical HVLA manipulation was more effective in reducing neck pain at rest and in increasing active cervical range of motion than a control mobilization procedure in subjects suffering from mechanical neck pain.